A expressão “fusões e aquisições” já ganhou seu lugar no meio empresarial brasileiro quando se fala de compra, venda e/ou junção ou divisão de empresas.

Mas, talvez, nem todo mundo saiba o que cada expressão significa, principalmente, porque essas são traduções literais do vocabulário técnico estrangeiro (norte-americano, inglês etc.) de mergers and aquisitions ou M&A.

No Brasil, quando falamos em reorganização de empresas, os termos técnicos apropriados são fusão, cisão, incorporação e aquisição.

Agora, como se opera cada uma dessas acima? E como podemos fazer uma analogia entre as expressões brasileiras e as estrangeiras?

Vamos tentar, de forma um pouco simplória, responder essas questões.

Conforme a lei brasileira:

  • na incorporação, uma sociedade “absorve” a outra que, por sua vez, é extinta, e todo seu ativo/passivo passa ser daquela primeira;
  • na cisão, uma sociedade é “partida” e essa parte pode se tornar uma nova sociedade ou ser “absorvida” por outra sociedade já existente, sendo que a sociedade “partida” será extinta caso todas as suas “partes” sejam vertidas para outras empresas e/ou se tornem novas sociedades, caso contrário, sociedade cindida apenas “reduz de tamanho”;
  • a fusão acorre quando duas ou mais empresas se juntam, formando uma nova empresa, extinguindo-se as anteriores; e
  • a aquisição é quando uma empresa compra todas ou a maioria das ações ou cotas de outra, estabelecendo-se uma relação de controle entre a que comprou e a outra cujas ações/cotas foram compradas.

Na terminologia estrangeira, uma operação denominada de merger pode, dependendo do caso, ser comparada ao que chamamos aqui de incorporação e a fusão pode ser entendida como uma consolidation.

A expressão aquisition equivale, em geral, a uma aquisição direta de ações ou cotas.

E, quando ouvimos que uma sociedade estrangeira passou por um spin-off, podemos estar diante do que conhecemos como a citada cisão.

Importante ressaltar que, no inglês “técnico”, a figura incorporation não equivale à incorporação acima comentada.

Incorporation é quando uma sociedade é constituída na forma de uma corporation através de atos que fazem com que essa pessoa jurídica seja criada, ou seja, ela foi incorporated.

Passada essa fase de conceitos, qual operação pode ser mais apropriada?

Quando empresas querem se juntar, temos fusão, incorporação ou aquisição.

Essa escolha deve considerar um ou mais aspectos como, e.g., sinergia entre negócios, questões operacionais, impactos fiscais, concorrenciais, entre outros.

Assim, comentar na exaustão qual é a modalidade mais indicada sem um caso concreto não se mostra viável.

Contudo, algumas observações podem ser feitas.

A fusão talvez seja a modalidade menos utilizada. Não se mostra prático a extinção de empresas para se constituir uma nova.  O trabalho e burocracia de, por exemplo, de obter novos registros, licenças etc não se mostra eficiente sob vários aspectos.

Na incorporação, a incorporadora permanece ativa, substituindo a incorporada em tudo. Porém, benefícios fiscais da incorporada são extintos (junto com ela) e não podem ser transferidos à incorporadora.

Por isso, quando se cogita “qual empresa incorpora qual”, se alguma das empresas tem importantes benefícios fiscais, é provável que ela seja a incorporadora.

A aquisição é opção quando não se quer extinguir uma das sociedades, assim ambas continuam operando como entes distintos, havendo apenas uma relação de controle entre elas.

Quando se pretende “dividir” uma empresa, a escolha é mais fácil, pois a cisão é única modalidade nesse sentido, além da uma pura venda de ativos.

No mais, operações mais complexas frequentemente compreendem mais de uma das modalidades acima comentadas.

Por isso, profissionais versados em direito societário, direito tributário, contabilidade e finanças devem sempre ser ouvidos quando na escolha da melhor forma de juntar ou dividir empresas e seus negócios.

Carlos Henrique Barroso, partner da Leev Business Advisors

O setor do varejo vem enfrentando desafios pela disrupção sem precedentes nos últimos anos, com mudanças significativas nas expectativas e comportamentos dos consumidores, fornecedores, funcionários e investidores.

Essa transformação acelerada foi impulsionada por uma série de fatores, incluindo avanços tecnológicos, mudanças nas preferências do consumidor, a pandemia de COVID-19 e uma crescente consciência em torno de questões ambientais e sociais. Porém, essas mudanças podem gerar oportunidades.

Esse artigo, baseado no texto traduzido “Retail Reset: A New Playbook for Retail Leaders” – uma colaboração entre especialistas da McKinsey’s Retail Practice, explora as principais tendências que estão abalando a indústria do varejo, seus desafios e oportunidades.

Oferece uma visão abrangente das quatro principais áreas em que os líderes do varejo devem se concentrar para garantir o sucesso em um ambiente em constante mudança. Traz, ainda, uma análise detalhada das estratégias necessárias para que os varejistas se tornem líderes, em vez de ficarem para trás como seguidores.

Disrupção sem precedentes no varejo

Desde 2015, uma em cada cinco varejistas registrou lucro econômico negativo. E, mesmo que o setor tenha criado valor nesse período, o fosso entre vencedores e perdedores está se ampliando. Além disso, nos últimos cinco anos, a indústria do varejo passou por uma transformação massiva se comparada à ocorrida em décadas anteriores.

Todos os principais grupos de stakeholders do varejo – consumidores, fornecedores, funcionários e investidores – mudaram drasticamente seu comportamento e expectativas, simultaneamente. Isso levou a uma confluência de desafios e exige uma reavaliação radical das crenças e práticas tradicionais do varejo e a uma adaptação às oportunidades criadas.

Consumidores exigentes e em evolução 

Os consumidores estão passando por uma transformação significativa em sua jornada de compra. Antes acostumados a navegar pelas lojas e demonstrar lealdade às marcas preferidas, os consumidores agora estão mais fluidos em suas escolhas.

Eles buscam inspiração de compras em diferentes canais, como mídias sociais, celebridades e blogs, e estão optando por experiências de compra mais personalizadas, rápidas e sustentáveis. Com a crescente consciência em torno da sustentabilidade e responsabilidade social, os consumidores estão “votando com seus bolsos”, optando por produtos que refletem seus valores.

E consumidores mais exigentes, com rede de canais mais complexa, exigem dos varejistas maior investimento em infraestrutura e capacidade analítica.

Fornecedores como clientes emergentes

As relações entre varejistas e fornecedores também estão se transformando. Os varejistas não são mais apenas intermediários que compram produtos de fornecedores e os revendem para obter lucro. Em vez disso, eles estão se tornando verdadeiros parceiros em ecossistemas de varejo, compartilhando acesso a consumidores, dados e insights.

A ascensão dos marketplaces de terceiros e das redes de mídia de varejo está revolucionando a dinâmica tradicional e criando novas oportunidades para os varejistas diversificarem seus negócios.

Força de trabalho em mudança

A força de trabalho no setor varejista também está enfrentando mudanças significativas. Com a escassez de mão de obra e o aumento das expectativas dos funcionários em relação à flexibilidade e desenvolvimento de carreira, os varejistas precisam adaptar suas práticas para atrair e reter talentos.

Além disso, a revolução digital e o avanço da automação estão mudando a natureza do trabalho, tornando a capacitação de funcionários com habilidades de ciência de dados e tecnologia uma prioridade.

Crescimento e margens em foco

Os investidores do setor varejista estão cada vez mais focados em resultados de longo prazo e recompensarão as empresas que adotarem uma abordagem disciplinada em relação ao crescimento e às margens.

As margens brutas do setor atingiram seu ponto mais alto desde 2009, mas o aumento nos níveis de estoque e os custos logísticos estão pressionando a lucratividade. Os líderes do varejo precisam equilibrar o crescimento com o foco na eficiência operacional e no retorno sobre o investimento de capital.

Enfrentando os desafios do varejo e criando oportunidades

Para permanecerem relevantes e competitivas, as empresas do setor varejista precisam repensar suas estratégias e se adaptar rapidamente às mudanças em curso. Aqui estão quatro áreas cruciais em que os líderes do varejo devem se concentrar para garantir o sucesso:

  1. Fortalecer o relacionamento com o consumidor

O relacionamento com o consumidor é a moeda do varejo moderno. À medida que os consumidores se tornam mais fluidos em suas escolhas, os varejistas precisam se esforçar para cultivar uma base massiva e leal de clientes. Isso significa ir além de simplesmente vender produtos e se tornar um elemento indispensável na vida dos consumidores.

Uma abordagem eficaz é medir a “participação na vida” dos consumidores, buscando tornar-se uma presença relevante em diferentes aspectos de suas vidas. Além de oferecer produtos de alta qualidade, os varejistas devem criar experiências, serviços, inspirações e conteúdos personalizados para atender às necessidades e desejos específicos dos clientes.

É fundamental ser ágil e adaptar rapidamente as ofertas para acompanhar as mudanças nas preferências do consumidor.

As lojas físicas também desempenham um papel vital nessa estratégia, oferecendo não apenas um espaço de compras, mas também um hub para atender às demandas de logística e garantir a satisfação do cliente. As redes de lojas de varejo devem ser otimizadas para atender à crescente demanda de compras online, incluindo a capacidade de enviar produtos diretamente das lojas para os clientes.

  1. Desenvolver um ecossistema de varejo

Para vencer os desafios e gerar oportunidades, os varejistas precisam olhar além das operações tradicionais e se transformar em verdadeiros ecossistemas de varejo. Isso significa expandir suas ofertas além dos produtos de primeira mão e entrar em novas áreas de negócios, oferecendo serviços e soluções adicionais para atender às diversas necessidades dos consumidores.

A construção de um ecossistema de varejo envolve parcerias estratégicas com fornecedores, empresas de tecnologia e outros players do setor. Os varejistas podem explorar oportunidades de marketplaces de terceiros, redes de mídia de varejo e outras plataformas digitais para diversificar suas receitas e expandir sua base de clientes.

Essa abordagem requer uma liderança forte e uma visão clara para identificar oportunidades de crescimento e lucratividade. Os varejistas precisam avaliar suas capacidades internas, buscar novos talentos e formar alianças com outras empresas para expandir suas ofertas e atingir novos mercados.

  1. Investir em talentos e desenvolvimento de habilidades 

A força de trabalho no setor varejista está em constante evolução, com novas demandas por flexibilidade, desenvolvimento de carreira e habilidades digitais. Para atrair e reter talentos, os varejistas devem encontrar maneiras criativas de oferecer benefícios e oportunidades de aprendizado e crescimento.

A revolução digital, com a Inteligência Artificial, automação e os algoritmos, está tornando a ciência de dados e a análise de dados habilidades essenciais para os varejistas. Os líderes do varejo precisam investir na capacitação de sua equipe para se tornarem proficientes em lidar com dados e insights, impulsionando decisões de negócios informadas. 

Além disso, os varejistas devem se concentrar em criar uma cultura corporativa que prioriza a sustentabilidade e a responsabilidade social. Aqueles que lideram em práticas sustentáveis e demonstram compromisso com questões ambientais e sociais estão mais propensos a atrair funcionários engajados e satisfeitos.

  1. Reavaliar as estratégias

As estratégias de varejo devem ser mais flexíveis e adaptáveis do que nunca. Os líderes do setor precisam reavaliar constantemente suas estratégias para se ajustarem às mudanças nas preferências do consumidor, concorrência e avanços tecnológicos.

A reavaliação do roteiro estratégico deve ser centrada no cliente, considerando as necessidades e desejos em constante evolução do consumidor. Os varejistas devem estar dispostos a experimentar e adotar abordagens inovadoras, abandonando práticas obsoletas e buscando novas oportunidades de crescimento.

Além disso, os líderes do varejo devem priorizar a abordagem ESG em suas estratégias. Os consumidores e investidores estão cada vez mais conscientes das questões ambientais e sociais, e as empresas que lideram em sustentabilidade e responsabilidade social podem obter uma vantagem competitiva significativa.

Prosperando no varejo 

O setor varejista está enfrentando desafios e oportunidades sem precedentes em um ambiente em rápida mudança. Os líderes do varejo devem se adaptar rapidamente às mudanças nas expectativas dos consumidores, investir em tecnologia e talento, criar ecossistemas de varejo abrangentes e reavaliar constantemente suas estratégias para garantir o sucesso a longo prazo.

Ao cultivar relacionamentos mais fortes com os consumidores, diversificar suas ofertas por meio de ecossistemas de varejo, investir em talentos e promover práticas sustentáveis, os varejistas podem se posicionar como líderes em um cenário competitivo.

Aqueles que abraçam a mudança e adotam uma abordagem ágil e inovadora têm mais chance de prosperar em um futuro incerto, criando um impacto positivo para suas empresas, clientes e a sociedade como um todo.

 

Aline Autran de Morais

Partner da Leev Business Advisors

 

Fonte: McKinsey’s Retail Practice, Retail Reset: A New Playbook for Retail Leaders

O setor da moda enfrenta desafios significativos no cenário global, e é importante que os gestores brasileiros da indústria de moda estejam atentos a essas questões. Entre os desafios que afetam diretamente o setor, podemos citar:

  • a crise na cadeia de suprimentos;
  • a inflação no Hemisfério Norte;
  • o aumento do preço das matérias-primas;
  • o aumento dos custos logísticos e operacionais devido à crise energética;
  • as regulamentações que pressionam por mudanças consequentes; e
  • a necessidade de maior responsabilidade nos processos operacionais para reduzir seu impacto ambiental e social.

Algumas destas variáveis não são apenas crises passageiras, mas estão mudando o cenário econômico de maneira definitiva, o que exige uma reflexão sistêmica e mais profunda por parte dos gestores da indústria da moda.

Uma das possíveis soluções para os fabricantes brasileiros enfrentarem esses desafios é se redirecionar para um modelo que alimentaria a soberania brasileira, adotando a produção “local para local”, reduzindo a dependência de importações e fortalecendo a indústria nacional. Além disso, é importante que as empresas entendam o que a indústria de vestuário soluciona para o consumidor e busquem se adaptar a um novo contexto, encontrando maneiras inovadoras de atender às demandas do mercado, se aproximando do modelo “make to order”.

Para estruturar o tecido produtivo em uma lógica de “local para local” visando otimizar os custos e manter uma distribuição equilibrada de valor, é necessário adotar uma abordagem estratégica e integrada. Primeiramente, é importante identificar os locais onde as etapas da cadeia de produção podem ser realizadas de forma mais eficiente e econômica, levando em consideração fatores como disponibilidade de matéria-prima, competências técnicas, custo da mão-de-obra e infraestrutura.

Uma estratégia viável seria concentrar as atividades que exigem alta especialização e tecnologia avançada em regiões onde essas capacidades são mais desenvolvidas, aproveitando os benefícios da aglomeração de conhecimento e expertise. Ao mesmo tempo, as etapas de produção que envolvem mão-de-obra intensiva podem ser descentralizadas para regiões com custos de mão-de-obra mais baixos, garantindo salários adequados para os trabalhadores e evitando a exploração.

Além disso, é fundamental estabelecer parcerias e colaborações entre os diferentes atores da cadeia de produção (como fabricantes, fornecedores e distribuidores) com o objetivo de promover uma distribuição justa do valor gerado. Essas parcerias devem ser pautadas pela transparência, confiança e responsabilidade, garantindo que todas as partes envolvidas recebam uma remuneração adequada pelo seu trabalho e contribuição.

Por fim, a adoção de tecnologias avançadas e sistemas de gestão eficientes pode otimizar o fluxo de produção e reduzir custos, permitindo uma melhor distribuição de valor ao longo da cadeia produtiva. Isso inclui o uso de automação, análise de dados, rastreabilidade e logística inteligente, entre outras soluções tecnológicas.

Em resumo, para estruturar o tecido produtivo em uma lógica de “local para local” e otimizar os custos, é necessário um planejamento estratégico que leve em consideração as capacidades locais, a especialização técnica, os custos de mão-de-obra e as parcerias colaborativas. Dessa forma, é possível alcançar uma distribuição equilibrada de valor, com margens adequadas e salários justos para a mão-de-obra, promovendo uma cadeia de produção mais sustentável e equitativa.

Nesse sentido, o mercado brasileiro pode se beneficiar ao investir em inovações frugais, economia circular e otimização do tecido produtivo. Ao adotar práticas de produção mais eficientes e sustentáveis, as empresas de moda podem reduzir custos operacionais, acessar novos mercados, contribuir para a sustentabilidade ambiental, aumentar a resiliência e segurança da cadeia de suprimentos, atrair investimentos e cumprir regulamentações e demandas do mercado, tanto no Brasil quanto no exterior. A crise de reputação chinesa na indústria têxtil pode abrir oportunidades para a indústria brasileira exportar para o Hemisfério Norte.

Com a crescente preocupação em relação às condições de trabalho, direitos humanos e impacto ambiental na China, os consumidores e empresas estão buscando alternativas mais éticas e sustentáveis em suas cadeias de suprimentos. Nesse contexto, a indústria têxtil brasileira pode se posicionar como uma opção atrativa, oferecendo produtos de qualidade, produzidos de forma responsável e em conformidade com as regulamentações internacionais. Essa mudança na demanda pode representar uma oportunidade para os fabricantes brasileiros expandirem sua presença no mercado global e estabelecerem parcerias comerciais sólidas com empresas do Hemisfério Norte.

Essas são apenas algumas das vantagens que o mercado brasileiro pode ter ao investir em inovações frugais, economia circular e otimização do tecido produtivo. Ao adotar abordagens mais sustentáveis e eficientes, as empresas de moda brasileiras podem melhorar sua competitividade, reduzir impactos ambientais e contribuir para um futuro mais sustentável. É crucial que os gestores brasileiros da indústria do varejo de moda estejam cientes dessas oportunidades e desafios para imaginar e cocriar possíveis soluções, promovendo um diálogo aberto e colaborativo entre as empresas e outras partes interessadas.

Você está disposto a embarcar nessa jornada de transformação e colaboração? Então, vamos conversar e explorar juntos as oportunidades de inovação para a indústria da moda brasileira, compartilhando conhecimentos e ideias para enfrentar esses desafios.

Milena Amaral
Partner da Leev Business Advisors

Na jornada como empreendedores, executivos e gestores, podemos nos deparar com desafios que abalam a estrutura de uma organização.

Porém, quando analisamos mais criteriosamente as causas reais e muitas vezes ocultas, percebemos que os problemas relacionados à tecnologia, operações, processos e gestão são apenas as consequências visíveis de questões muito mais profundas.

A verdadeira causa está enraizada em três principais aspectos: liderança, cultura e pessoas. Portanto, é preciso explorar a importância de tratar a raiz do problema para a perenidade de uma empresa.

A liderança é um fator crucial, porém, liderar com excelência vai além de ocupar um cargo de autoridade. É sobre cultivar uma visão ampla do ambiente e suas pessoas para inspirar equipes a alcançar resultados extraordinários.

Para isso, é necessário refletir sobre os valores que formam um grande líder: a simplicidade, a humildade, a curiosidade, a sensibilidade, a atenção, a ética e a integridade.

Nesse contexto, a simplicidade é a habilidade de se comunicar de forma clara e descomplicar processos, eliminando barreiras e promovendo a colaboração assertiva entre as equipes.

Humildade se trata de ter a capacidade de reconhecer os próprios limites, valorizar a contribuição dos outros e cultivar um ambiente de pertencimento e engajamento.

Curiosidade é questionar o status quo e fazer perguntas perspicazes que promovem a reflexão, estimulam a criatividade e geram insights para a inovação em equipe.

A sensibilidade pode ser definida como a capacidade do uso dos sentidos para observar atentamente, escutar com empatia, interpretar sinais não-verbais e perceber mudanças sutis para agir com intuição.

E a atenção caracteriza a habilidade de estar totalmente presente no momento, ouvindo atentamente e se conectando de forma genuína com as pessoas ao redor.

Aplicando esses princípios, líderes são capazes de influenciar positivamente suas equipes, estimular o crescimento individual e coletivo, e ainda impulsionar a conquista de resultados excepcionais.

Quando o assunto é cultura, sabemos que esse tema desempenha o papel de protagonista no desenvolvimento de uma empresa.

A cultura define as normas, os valores e as crenças compartilhadas que moldam as relações entre colaboradores e impactam diretamente os resultados alcançados.

Uma cultura forte e positiva estabelece um ambiente de trabalho saudável, inspirador, promovendo a integridade, o respeito mútuo e a ética profissional.

Mas é importante lembrar que a cultura é construída não apenas por meio de discursos e palavras, mas principalmente por meio do exemplo.

Menos discurso e mais exemplos são fundamentais para consolidar uma cultura autêntica.

Quando, como líderes, praticamos aquilo que pregamos, demonstramos coerência e estabelecemos uma reputação sólida que motiva os colaboradores a seguir seus exemplos e a contribuir para o fortalecimento da empresa.

Além disso, prática e atitude são elementos-chave na construção da cultura.

Nas ações diárias, nos comportamentos visíveis e nos rituais corporativos está o caráter da organização – algo diretamente ligado à cultura.

E uma base cultural sólida estabelece parâmetros para ações consistentes, relacionamentos saudáveis e um ambiente de trabalho positivo.

Ainda no competitivo universo das corporações, a humanização das estratégias de gerenciamento se destaca como o elemento-chave para a entrega de resultados exponenciais.

Além das habilidades técnicas, é crucial valorizar perfis diversos. Pessoas que trazem diferentes perspectivas e experiências de vida e trabalho têm a capacidade de enriquecer a equipe.

Mas apenas isso não basta. É importante nutrir esses talentos, proporcionando um ambiente propício para o seu desenvolvimento. Isso envolve incentivar o protagonismo e a autonomia.

Uma gestão de pessoas eficaz também valoriza a condução leve e positiva dos processos para promover uma cultura que estimula a colaboração, a troca de ideias e o respeito mútuo.

Assim, é criado um espaço para o crescimento pessoal e profissional de todos os envolvidos.

Desenvolver talentos é um processo contínuo e estratégico – verdadeiramente uma arte.

Ao valorizar e desenvolver nossos talentos, estamos impulsionando o sucesso da empresa a longo prazo, afinal as pessoas são o que a movimenta, e é por meio delas que os resultados extraordinários se tornam possíveis.

Em conclusão, a integração desses elementos é crucial. Uma cultura bem estruturada e uma liderança inspiradora e comprometida estabelece os alicerces para a gestão de pessoas, que potencializa e desenvolve o talento da equipe – gerando resultados para a empresa.

Quando esses pontos estão equilibrados e em harmonia, cria-se um ambiente no qual as pessoas se sentem valorizadas, engajadas e motivadas a contribuir.

Logo, compreender a interdependência entre esses temas é fundamental para construir uma organização resiliente, capaz de enfrentar e superar os desafios do mercado.

A cultura é o grande fundamento e termômetro de uma empresa

E cuidar dos detalhes faz parte da cultura. Isso é, observar o ambiente em todos os ângulos e possibilidades da organização com atenção, pois em uma perspectiva de cultura tudo é importante, não apenas as grandes coisas, mas também as pequenas coisas, pois em muitos casos as mensagens e ensinamentos são mais efetivos nos pequenos gestos, atitudes e ações.

Ainda, um dos aspectos mais importantes da cultura é dar os nomes corretos e atribuir os significados adequados a todas as coisas.

Se o nome não fosse importante, poderíamos colocar o nome de um filho como “A5B12”.

Emerson Kuze, Consultor, Conselheiro e Investidor de startups